Desde o trailer o homem do futuro já
chamava a atenção. E não é porque o cinema de São Gonçalo resolveu
exibir o anúncio de traz para frente, e de cabeça para baixo. Mas por
ser um filme nacional de um gênero incomum na cinematografia nacional
atual.
Na mistura de comédia romântica
com ficção científica, João "Zero" (Wagner Moura) é um homem amargurado
desde que sofreu um bullying, tramado pela garota dos seus sonhos Helena
(Alinne Moraes), em uma festa da faculdade. Vinte anos mais tarde
quando está prestes a ser dispensado de seu próprio projeto para
encontrar uma forma de energia sustentável, e mudar o mundo, ele resolve
acelerar as coisas e ligar a máquina. O experimento não gera energia,
mas um buraco negro, que o leva de volta a noite que mudou sua vida.
Inevitável não tentar alterar as partes ruins com a oportunidade nas
mãos.
Em uma respeitosa referência a longas como De volta para o futuro, Efeito Borboleta e Exterminador do Futuro,
o longa mostra que mexer com o tempo não é brincadeira. E acerta em
cheio ao explorar detalhadamente as consequências e possibilidades dos
universos alternativos. E o mais importante, sem deixar furos, ou
contradições na narrativa, coisa fácil de se fazer em filmes com o tema.
O argumento não é completamente
original, mas a execução acerta em cheio e compensa as partes que
conseguimos adiantar, apenas por já conhecer "o sistema", de paradoxo
temporal. E conta com o apoio pelos bons efeitos especiais, (a exceção é
o letreiro da faculdade, parece photoshop, ao menos para quem reconhece
o prédio da UERJ).
O direção de arte se sai bem ao
recriar os incio dos anos de 1990, na excentricidade de uma festa à
fantasia. Encontrar o figurino mais criativo entre os fantasiados é um
esporte a parte. O clima da festa é quente e vibrante, o que faz o
contraste perfeito, a vida amargurada e fria de Zero em 2011. Contudo
deixa sem brilho a realidade alternativa do "Homem do Fututo". Apagada e
sem destaque em meio as outras fases